Definitivamente, você não precisa de um cargo de coordenação para exercer liderança em sua comunidade. É claro que algumas pessoas ocupam posições formais de gestão nos conselhos, pastorais, movimentos e serviços, mas se você não é uma delas assim mesmo pode influenciar seres humanos e transformar o lugar onde congrega.
Isso não significa que todo mundo pode fazer o que quiser. A Igreja Católica é uma instituição tradicional pautada por uma rica e valiosa organização hierárquica que funciona exatamente porque há líderes formais que a administram em todas as instâncias.
Ao mesmo tempo, celebrando o “Ano do Laicato” em 2018, a Igreja nos recordou a importância do protagonismo leigo em todas as dimensões. Digo recordou porque o Direito Canônico publicado em 1983 já afirmava:
Assim mesmo, infelizmente, algumas pessoas se prendem aos cargos. Enquanto não são intitulados coordenadores de alguma coisa, pouco fazem. Isso sem falar naqueles que não abrem espaço para novas lideranças formais por se acharem “donos vitalícios” da pastoral X ou Y.
A boa notícia é que muita gente protagoniza sem a necessidade de títulos ou cargos. Se você começar a prestar atenção verá que vários irmãos da sua comunidade fazem acontecer sem estardalhaço. Lideram no silêncio, por mais contraditório que isso possa parecer no mundo atual, que tanto valoriza quem extroverte e busca os holofotes.
Não contar com o poder formal pode impedi-lo de implantar no curto prazo algumas ações que você acredita serem importantes para a paróquia avançar. Nessas horas, procure o apoio do pároco, do diácono ou dos coordenadores para tentar mostrar a eles o que você enxerga.
Mas, se perceber que os líderes formais não estão dispostos a acolher suas ideias no momento, saiba que protagonista de verdade é aquele que também abaixa a cabeça e obedece quando necessário.