Muita gente me pergunta se é mais difícil liderar na igreja ou nas empresas e a resposta que costumo dar é sempre a mesma: na igreja. Por quê?
As pessoas, quase sempre, se veem obrigadas a aceitar o tipo de liderança que encontram no trabalho porque é dali que retiram seu sustento e não creem ser persuasivas o suficiente para explicar ao superior imediato aquelas coisas que realmente precisam ser mudadas. Ou seja, preferem se calar, mesmo insatisfeitas.
Na igreja, por outro lado, qualquer falha de liderança pode colocar todo o trabalho pastoral em risco porque as pessoas manifestam sua contrariedade abertamente, seja resistindo às nossas orientações, diminuindo o nível de compromisso com a missão ou até mesmo abandonando o barco de uma vez por todas.
É claro que isto também ocorre nas empresas, mas dentro da realidade paroquial a situação é bastante crítica, afinal quase ninguém está ali para ganhar um salário ao final do mês. Isto é, não há nada que “obrigue” as pessoas a aceitarem o tipo de líder que você é.
Precisamos ter em mente que a maior parte das comunidades católicas passa por sérios problemas de liderança. Seja na forma com que o pároco conduz sua comunidade ou no modo com que os dirigentes de grupos, pastorais e movimentos procuram envolver as pessoas que Deus lhes confia.
Você até pode chegar à liderança na igreja porque realmente está disposto a colaborar com o processo de evangelização, mas é necessário muito mais para que seu trabalho renda frutos depois que você é alçado a uma posição de coordenação pastoral.
A partir daí é imprescindível saber como engajar as pessoas do grupo, lidar com os conflitos que surgem no dia a dia, priorizar os trabalhos a serem feitos e, mais do que tudo, manter uma profunda intimidade com Deus para ficar atento aos planos que Ele tem para a sua missão como líder católico.
Em sua comunidade os líderes estão preparados ou ainda precisam ser capacitados? Compartilhe a história de vocês conosco.
2 Comentários. Deixe novo
Em nossa paróquia! Sentimos uma certa dificuldades, pois somos uma comunidade de proximidade pessoal, liturgias alegre (com respeito ao missal romano) porém nos últimos anos viemos perdendo gradativamente esse jeito próprio de celebrar por conta dos nossos lideres… Pois quando estão se adaptando são trocados e nem chegam a concluirem seus planos pastorais! Isso é difícil para o desenvolvimento e fortalecimento da paróquia! Do mais são indianos (porém muito bem acolhidos), chegam sem sem saber o português, sem experiência pastoral, sem saber liderar, porém quando aprendem são transferidos!
Conceição, obrigado pela sua mensagem. Realmente, o processo de transição das lideranças precisa ser realizado em nossas paróquias com o máximo de cuidados, caso contrário a comunidade acaba sentindo o tipo de descontinuidade que você relatou e nem sempre sabe acolher bem aqueles que chegam. Graça e paz!