Já falo isso há muito tempo: as pessoas não abandonam simplesmente a sua fé cristã ou deixam de acreditar em Jesus de uma hora para a outra. Elas desaparecem das igrejas quando se cansam dos líderes que as dirigem, sejam eles padres, religiosos ou leigos.
O pior é que vários desses mesmos líderes não têm a mínima ideia dos equívocos que cometem, pois muitas pessoas simplesmente deixam de frequentar as atividades da sua paróquia e se mudam para outra comunidade ou denominação religiosa sem dizerem nada. Evitam se indispor porque já não se sentem parte daquele lugar a ponto de lutarem para melhorá-lo.
Com tristeza, relembro o que um homem certa vez me disse: “Ultimamente procuro Jesus fora das igrejas, pois a minha experiência diz que é difícil encontrá-lo por lá”. Com seu jeito peculiar, tentava explicar que o tipo de ambiente que encontrava nas paróquias era incompatível com a fé cristã que aprendeu a amar.
Como líderes católicos, temos o dever de espelhar Jesus. Precisamos fazer as coisas certas, ainda que pressionados pelas exigências da comunidade, dos afazeres profissionais ou dos compromissos familiares. Devemos lembrar que Ele nos confia o cuidado de muita gente que espera encontrar em nós o reflexo da Sua face amorosa.
Para ficar bem claro, a experiência das pessoas com Deus muitas vezes depende da experiência que elas têm conosco, enquanto líderes pastorais. Se damos um bom exemplo, ótimo. Se esse não é o caso…
Liderar na igreja é uma responsabilidade e tanto. Não podemos nos ver simplesmente como alguém que ocupa uma posição na estrutura organizacional da paróquia durante um ou dois anos. Ou como cristãos que fazem o “sacrifício” de assumir aquilo que outros não querem porque a posição formal de coordenação parece proporcionar um pouco de status na comunidade.
O que nos diferencia dos líderes que estão à frente das empresas é o fato de acreditarmos no Reino de Deus. Lutarmos pelo céu. Confiarmos que tudo aquilo que fazemos aqui na terra tem um sentido e um propósito. Crermos que nossos esforços não serão infrutíferos.
Contudo, lembre-se: só nos tornamos líderes zelosos ao experimentarmos o amor de Deus de verdade. Muitas pessoas trabalham a vida toda para Deus dentro das igrejas sem ao menos conhecê-lo. Trabalham tanto para Deus que esquecem dEle.
Mas, enquanto líderes, como alcançamos uma profunda experiência com Deus?
Fechando o ciclo, ou seja, cuidando das pessoas que Ele nos confia. Amando o nosso irmão genuinamente, com seus talentos e limitações. Compreendendo que nossa tarefa maior é aproximá-los do Senhor e não o contrário.
Graça e paz!