Não se esperava que o Papa João XXIII, considerado inicialmente um Papa de transição pela idade avançada, pudesse fomentar mudanças significativas dentro da Igreja. Até porque nessa época (1958) não se acreditava que a Igreja tivesse que mudar, mas sim que o mundo deveria conformar-se à disciplina da instituição. Daí a perplexidade causada quando João XXIII convocou um concílio, que, em suas palavras, era para ser um aggiornamento (termo italiano que significa “atualização”). É importante ressaltar que foi a primeira vez na história que um concílio foi convocado não para combater heresias, mas sim para uma autocrítica de caráter pastoral. Os detalhes desse evento histórico ainda estão sendo colhidos e devem render muitos frutos.
O Papa Francisco já tinha pedido sua renúncia como bispo de Buenos Aires pois atingiu os 75 anos. E quando, num evento inesperado, o Papa Bento XVI renunciou, Bergoglio viveu um segundo conclave, sendo que no primeiro havia declinado em favor de Ratzinger. Acreditava-se que seria apenas um coadjuvante nessa eleição, porém depois da fumaça branca do dia 13 de março de 2013, para surpresa de todos, foi eleito como novo líder da Igreja. Como ele mesmo disse: ¨Vós sabeis que o dever do Conclave era dar um Bispo a Roma. Parece que os meus irmãos Cardeais tenham ido buscá-lo quase ao fim do mundo… Eis-me aqui!¨ Francisco inaugurou um novo momento na história da Igreja, propondo importantes mudanças na estrutura, convidando a instituição a superar o auto-referencialismo, o clericalismo e a pastoral de conservação e a promover/reconhecer o protagonismo dos leigos, sendo uma Igreja missionária – pobre para os pobres. Chama os cristãos a primeirear, ir ao encontro, chegar primeiro, tomar a iniciativa (EG 24).
Se o aggiornamento causou uma profunda mudança na Igreja, o Papa Francisco está nos chamando a Primeirear, saltar fora por essa janela aberta. Já não basta abrir a janela para que o ar entre, é preciso sair para respirar esse ar novo. Não basta arejar as estruturas, talvez seja necessário até deixá-las para trás. A Igreja não vive para si mesma, vive para anunciar o Evangelho, para continuar a missão de Jesus no mundo e construir o Reino de Deus. Louvado seja Deus que segue suscitando profetas e pastores para provocar o passo do Povo Peregrino de Deus. Que possamos acompanhar os passos desses pastores.
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Valeu meu irmão
Força: bíblia na mão e pé no chão
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