Uma coisa que aprendi ao longo dos últimos anos conduzindo formações para líderes de paróquias católicas é que ajudar as pessoas a se desenvolver é o maior bem que podemos oferecer a quem se dedica à Igreja.
A maior parte das pessoas não doa seu tempo e talentos aguardando algo em troca, pois sabe que esse é um papel de todos nós batizados. Contudo, quem realiza trabalhos pastorais goza uma sensação de plenitude quando percebe que a comunidade também investe em seu desenvolvimento.
De vez em quando escuto coisas do tipo: “Nossa, não imaginava que a paróquia pudesse ajudar tanto em minha formação como um todo. Vim aqui para entender melhor as coisas da Igreja, só que esse curso me possibilitou crescer até profissionalmente”.
Organizações humanitárias não ligados a religião alguma, como a Médicos Sem Fronteiras, também sabem disso. Os voluntários não estão ali por salário ou qualquer outra compensação financeira, mas recebem treinamentos de alto nível como uma forma da instituição dizer: nós também investimos em vocês.
É claro que muitas paróquias têm limitações financeiras para promover os treinamentos necessários, mas é importante lembrar que a responsabilidade de formar seus membros missionários – especialmente os líderes – também é da própria comunidade. Dirigir recursos para a capacitação dessas pessoas não é despesa e sim investimento.
Imagine o que seria da nossa Igreja se não tivéssemos seminaristas, padres e religiosas muito bem formados nas principais instituições de ensino do país e do exterior? A Igreja e o povo sofreriam.
Também é preciso seguir o mesmo raciocínio para leigos que estão à frente de importantes trabalhos pastorais. Se eles se dedicam gratuitamente à comunidade, cabe a ela, de alguma forma, ajudá-los a fazer um trabalho cada vez melhor.